Passei hoje pelo metro de novo e vi o cartaz de lançamento do filme Interstellar. Da primeira vez, me chamou atenção a fotografia e logo em seguida a chamada: “o fim do Planeta Terra não será o nosso fim”. Em tempos de elevada concentração de CO2 e cenários de 4o C para o ano 2100, um slogan como esse é para lá de significativo. Múltiplos sentidos se exteriorizam do slogan: a Terra como sistema vai ter fim, ou seja, não será capaz de buscar um equilíbrio que permita às diversas espécies (nós homo entre elas) a viver aqui. Mas, nós – humanos engenhosos – somos capazes de encontrar uma saída, vamos para o cosmo em busca de outro espaço para viver, por intermédio de uma viagem espacial cruzando um buraco de minhoca (wormhole).
Estou mesmo com vontade de ir ver o filme, que estreia aqui em Lisboa (Portugal) no dia 6 de novembro, na mesma semana da entrada em cartaz em diversas outras capitais europeias. E como fiquei muito curiosa, acabei fuçando a internet para encontrar informações sobre o filme. Li umas tantas coisas e ao final parece mesmo que o filme tem beleza, ciência e esperança. E um bom pacote de marketing e kit educacional.
Beleza, porque as imagens são mesmo lindas. O vídeo sobre as criação das imagens computacionais a partir de equações matemáticas é um show à parte. O astrofísico Kip Thorne, professor nos Estados Unidos, é o autor das equações e da consultoria de Ciência para o roteirista e para o diretor do filme. O mundo do cinema anda de mãos dadas com a carreira do professor Thorne desde muito cedo em Contato e documentários pela PBS (televisão pública norte-americana). A Ciência do professor em Interstellar traz inovação ao desenho computacional que poderá empregar a mesma técnica em outros produtos. O pacote de marketing é o tradicional, livros sobre o filme e sobre o making of do filme, jogos de computador e mobile, trailer, lançamentos, teasers, e diversidade de formatos para apreciar o entretenimento. O Interstellar vem também com kit educacional em parceria com a Google para o ensino de Matemática em escolas norte-americanas.
Sobre a esperança, a indústria do entretenimento é calejada. Interstellar nos diz que vamos encontrar vida em outro sistema galáctico. Cowboys do Espaço nos diz que precisamos também dos que sabem de tecnologias obsoletas para evitar a destruição. Meteoro, o futuro está em jogo, nos fala sobre salvar a humanidade diante da força da natureza. Também não pode faltar Armageddon e Bruce Willis salvando a Terra e nos dizendo que somos capazes de inovação extrema para evitar que um meteoro gigante aniquile a Humanidade. Temos Wall – E, um robô gente que traz de volta o símbolo da vida: uma planta germinando dentro de um sapato velho.
Que esperança traz Interstellar? Depois eu conto, quando vir o novo espetáculo de Ciência e Arte.