Climate Game: decisões para ficar em 1.5C

Vestindo o chapéu de um líder global com a missão de evitar o desastre climático, o newsgame do Financial Times é gratuito e fornece um dashboard da performance do gestor para quatro setores: eletricidade, edificação, transporte e indústria. Quer jogar? Acesse gratuitamente Climate Game.

Climate Game Financial Times

Eu adorei jogar. Até me saí bem! Meu desempenho com as medidas para o setor industrial foram muitos tímidas para cortar todas as emissões necessárias ainda que, como gestora, tenha escolhido um consultor de negócios para me apoiar na jornada. Ao menos a temperatura ficou dentro do Acordo de Paris e meu painel de resultados ficou expressivo.

Temperatura e Conjunto Jogadores

A estrutura de gamificação empregada para o newsgame me concedeu prêmios, pontos, e me apontou desafios. Um deles era apoiar pessoas depois que a Amazônia tenha virado uma savana por conta de um presidente eleito que dando de ombros e afrouxando tanto a fiscalização permitiu que as queimadas e a derrubada da floresta transformassem a Amazônia em deserto. Parece ironia, mas não é!

A presença do Prof. Carlos Nobre, da Universidade de São Paulo, cientista brasileiro de referência para as mudanças climáticas, dentre os especialistas consultados para o desenho do newsgame, com certeza tem um dedo no conteúdo do desafio. Carlos Nobre vem falando sobre o perigo de a Amazônia virar uma savana não é de hoje. Seus estudos mostram que o tipping point (exatamente o que está no newsgame) é a incapacidade de a floresta se regenerar ao perder mais de 40% de sua vegetação.

Newsgame é uma narrativa jornalística interativa em que o leitor/jogador entra em contato com fatos e acontecimentos atuais para compreender melhor aquele tópico em específico. Uns primeiros newsgames na imprensa brasileira apareceram em 2007. Encontrei outro dia em meus arquivos o memorial descritivo elaborado por ex-alunos de jornalismo que aceitaram produzir um newsgame como trabalho final de uma disciplina que eu lecionava. Fiquei com vontade de produzir outro!

Antes, no entanto, quero mesmo é jogar de novo o newsgame do Financial Times e explorar os outros três consultores e outras possíveis escolhas decisórias. E, porque não, torcer para me sair melhor quanto a medidas e ações para tornar a indústria mais sustentável.

16 de Março – Dia Nacional da Conscientização sobre Mudanças Climáticas

Hoje, dia 16 de março, é celebrado o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. Esta é a frase que inicia o pequeno texto que publiquei em meu Perfil no Facebook. O texto reforça que estamos no furacão da segunda onda da pandemia de covid-19, no Brasil, causada por um vírus que cruzou a barreira do mundo animal.

A pandemia chamou a atenção para o facto de que o ambiente tem uma importância crítica em assegurar as condições que poderão permitir um futuro sustentável de bem-estar para a humanidade.
Prof. Felipe D. Santos

Em seu artigo – A ação climática e o clima em 2020, publicado na revista Indústria e Ambiente – Prof. Felipe explica que “a pandemia resulta de uma zoonose, uma doença infecciosa provocada por vírus ou bactérias cujo hospedeiro é um animal”, e que “desde de 1940, as zoonoses foram responsáveis por 75% das doenças infecciosas emergentes, a maioria com origem em animais selvagens, devido à intensificação da agricultura, à procura crescente de animais selvagens para alimentação, à desflorestação e às alterações climáticas”.

Se não se travarem estas tendências de insustentabilidade, as pandemias provocadas por zoonoses continuarão a ser mais frequentes, algumas delas graves como é o caso da covid-19.

Crédito: BBC News Brasil, 20 agosto 2019 (captura de tela)

Tudo isso parece óbvio, mas não o é!

Nossa dificuldade de nos percebermos como parte de um todo e não como um elemento de fora que pode, então, explorar esse mundo natural sem ser afetado por este mesmo mundo, ao qual também pertencemos, pode estar na raiz de nossa incompreensão. Essa barreira precisa ser rompida. Precisamos criar pontes para que cultivemos novos hábitos e práticas e que incentivemos políticas públicas para a construção de uma sociedade carbono zero (ou ao menos rumo a net-zero).

No artigo, Prof. Felipe vai ao coração do problema – combustíveis fósseis. E afirma: “Para cumprir o Acordo de Paris seria necessário deixar de subsidiar as energias fósseis com os fundos de recuperação económica da crise pandémica”, e um consórcio entre os países para uma transição energética justa e global é necessário.

Ele entende que estamos a viver um “imperativo moral” frente ao que é necessário. Segundos dados divulgados no artigo, em 2020, os prejuízos econômicos provocados pelo tempo são avaliados em 258 milhões de dólares.

Relatório da ONU/PNUMA incentiva os governos a responderam ao coronavírus com medidas para acelerar a sustentabilidade, pois a tendência é de mais pobreza e de mais fome no mundo pós-pandemia. O relatório foi publicado em dezembro de 2020 e a preocupação é com retração para o avanço de diversos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas foi instituído, em 2011, pela Lei 12.533, de 2 de dezembro, com o objetivo de incentivar escolas a promoverem atos, eventos, debates e mobilizações para a proteção dos ecossistemas brasileiros.

Estou promovendo meu ato ao publicar este post!