Tudo em 10. É como o Minimanual para a Cobertura Jornalística das Mudanças Climáticas resolveu organizar o seu conteúdo. Em post anterior, falamos das questões relacionadas ao clima que podem ser pautas e converterem-se em material jornalístico. Neste post, vamos abordar os 10 conselhos para a cobertura e as 10 fontes documentais que o Minimanual elenca para apoiar a produção de material jornalístico sobre a emergência climática. Os conselhos podem ser lidos entre as páginas 16 e 22 e as fontes entre as páginas 47 e 51.
Agrupamos os 10 conselhos em 3 dimensões:
Formação Profissional: os conselhos 1, 6 e 10
1 – Frequência e continuidade com seções fixas na imprensa sobre clima e sustentabilidade e, sempre que possível, com elaboração de conteúdos transmídia que possam chegar a todos os públicos
6 – Defesa de um jornalismo crítico e independente, comprometido com a veracidade, evitando o greenwashing, tomando cuidado com o negacionismo nos discursos econômicos, políticos e publicitários, participando de iniciativas de debate sobre o tema, e priorizando as evidências da comunidade científica e evitando o falso equilíbrio de ouvir negacionistas
10 – Cobertura de forma contínua, tendo os jornalistas formação transversal e permanente atualização, e incentivo à especialização nas redações, a partir de profissionais de jornalismo científico e ambiental e de jornalismo especializado das demais editorias
Sobre essa dimensão, ressalto que antes de chegar às redações, no entanto, o incentivo à especialização ou ao treinamento do olhar para ver clima – natureza – homem de modo interconectado passa pela sala de aula dos cursos de Jornalismo e de Comunicação em mais diversos ramos de atuação (Publicidade, Audiovisual, Cinema, Editoração, Relações Públicas, Redes Socias e Mídias Digitais). Uma das linhas de atuação do Grupo de Pesquisa – Comunicação em Emergência e Desastre (GP-CED) é promover esse olhar a partir da produção de material jornalístico. Dentre os trabalhos do CED podemos citar o livro-reportagem Distrito Pandêmico, que está em fase final de editoração. O pré-lançamento ocorreu no dia 10 de julho de 2020 e os depoimentos dos autores, 14 estudantes de jornalismo do 5o semestre, do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), campus Taguatinga, está disponível no canal do Blog Entreposto no YouTube.
Linguagem Apropriada: os conselhos 7, 8 e 9
7 – Comunicar os projetos e as descobertas oriundos do campo científico de forma acessível e atrativa a diferentes públicos, empregando formatos narrativos para os diferentes meios
8 – Popularizar os termos e os conceitos para que haja uma compreensão ampla por parte do cidadão sobre a emergência climática e a necessária transição para uma sociedade mais ecológica ou ambientalmente responsável
9 – Evitar o alarmismo e a espetacularização na informação sobre episódios meteorológicos extremos. Uma oportunidade para explicar a diferença entre os conceitos de “tempo” e “clima”
Rotina Produtiva: os conselhos 2, 3, 4 e 5
2 – Equilíbrio entre causas e soluções para a emergência climática, evitando abordar apenas as catástrofes
3 – Atenção à dimensão humana dos impactos e às questões de justiça climática
4 – Difusão das iniciativas empreendidas por cidadãos e não somente aquelas governamentais
5 – Narrativas de histórias da vida real, os benefícios da redução das emissões, as questões que envolvem consumo de bens e serviços, e o uso de transporte mais sustentável
Fontes Documentais – O Minimanual elencou 10 fontes com breve explicação sobre cada uma delas e seus links, facilitando o redirecionamento. As fontes citadas são:
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
INCLINE – Núcleo de Apoio à Pesquisa Mudanças Climáticas
Rede Clima – INPE
IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia
Centro Polar e Climático – UFRGS
Para ler o Minimanual, produto dos grupos de pesquisa da UFRGS e UFSM, e organizado por Márcia Amaral, Eloísa Beling Loose e Ilza Girardi, basta clicar aqui.