Na coluna Clima & Pessoas que escrevo toda semana no Misto Brasil, abordei a COP 30 buscando trazer o olhar de um cidadão comum que se move entre o que o afeta em seu cotidiano e o que está à sua volta na sociedade e no modo como vive.

Comecei a temporada perguntando por que interessa acompanhar a COP30. Tratei de valorizar a ação individual e mostrei que há muitas dimensões para atuar contra a crise climática. Ao estar informado/a, é possível buscar soluções locais e reivindicar adaptações necessárias para bem viver em tempos de efeitos para lá de conhecidos: chuvas muito intensas e muito rápidas, secas mais prolongadas, ondas de calor e frio, alagamentos, deslizamentos, enchentes, e até tornados, recentemente.
No segundo episódio, o texto focou na contradição em que vivemos no país – articulamos e criamos um complexo mecanismo de financiamento para manter as florestas em pé ao mesmo que tempo em que aprovamos a exploração de petróleo na foz do Amazonas.
Logo a seguir veio o texto sobre a necessidade cada vez mais urgente de integrar as medidas de adaptação às políticas públicas e aos planos estratégicos de desenvolvimento. Precisamos de medidas de mitigação para reduzir a presença dos combustíveis fósseis como motor econômico. Mas essas medidas não chegam na velocidade necessária e, por isso, o olhar se volta para a adaptação. Ainda assim, os recursos são sempre muito escassos.
Depois, dediquei dois textos para mostrar que está na hora de colocar a mão na massa e agir de verdade para implementar soluções para que as espécies – nós, pessoas humanas, inclusive, possamos estar capacitados a enfrentar a crise climática que já se instalou em nossas vidas.
Finalizei a temporada mostrando que a COP30 perpetua o descompasso entre a urgência e a ação e os países caminham a passos de formiga para fazer o que precisa ser feito. Invoquei até a letra e música de Lulu Santos de 1994 – Assim caminha a humanidade:
Ainda leva uma cara
Pra gente poder dar risada
Assim caminha a humanidade
Com passos de formiga e sem vontade
Sem vontade
O que vem agora na coluna do Misto Brasil? Tomei a decisão de iniciar a temporada de escrituras focada nas eleições. Em 2026, o voto de cada um dos cidadãos brasileiros tem peso, o meu incluído. Não só o peso para escolher os nossos representantes, mas o peso para decidir como vamos viver em 2030.
Diversas soluções para minimizar os efeitos das mudanças climáticas precisam ser implementadas nesse intervalo de quatro anos. Os impactos serão cada vez mais severos quanto mais a temperatura subir dos 1.5oC atuais. Importa conhecer as soluções e saber que elas estão ao alcance de nossas mãos, como indivíduos e coletividade. E ao alcance também daqueles que vamos eleger para fazer leis (deputados e senadores) e para executar as políticas públicas e gerir a organização do território em que vivemos (governadores e presidente da República).





