Esta segunda-feira foi mesmo eletrizante. São dez e meia da noite e eu aqui na Lan House escrevendo este post. Participamos de uma passeata pacífica que parou o trânsito da Presidente Vargas e depois da Almirante Barroso em frente ao BNDES e ainda depois a Av. Rio Branco. Estávamos dentro do ônibus para irmos ao Pier Mauá e conhecer o local e fazer matéria. Logo no início da Presidente Vargas vimos umas pessoas com faixas e caminhando. Depois ouvimos o refrão – Vem pra rua, vem para a floresta, vem.
Nos sentimos convidadas e aí foi descer do ônibus, atravessar a avenida e começar a cobrir a passeata. Entramos duas vezes ao vivo na Rádio UniCEUB, observamos os manifestantes, os organizadores. Filmamos, escrevemos, tiramos fotos. A mais bonita estará aqui pois é singular: eu e Stheal no meio da Av. Rio Branco – vazia de carros, por volta das 4 da tarde com aquela passeata por detrás de nós. Também sentimos adrenalina correndo nas veias. A passeata corria bem até que numa esquina da Almirante Barroso, chega o BOPE. Grito e puxo Sthael de lado para nos afastarmos o mais que pudéssemos. E Sthael me dá uma bronca: “calma, Mônica”. Depois, no trajeto de volta para casa dentro do ônibus, eu comentei com ela que BOPE em manifestação de rua entra para bater e não para conversar e que, quando eles chegam, não importa se somos ou não jornalistas, nada importa e o melhor é mesmo sair de perto. Na conversa, Sthael comenta que não percebeu que o BOPE tinha chegado para fechar as ruas e desviar o trânsito.
O momento de tensão passou. Afinal os organizadores da passeata que reuniu mais de 3 mil pessoas estavam todos de megafone para mobilizar os participantes e walk talk para se comunicar uns com os outros. Pareciam condutores de escola de samba fazendo evolução de passistas na avenida. Agora anda … agora pára. E pelo menos três deles em contato todo o tempo com o capitão PM que coordenava o fechamento das ruas e o desvio do trânsito. Também no meio de todos, Marcelo Silva, um advogado, de terno azul sem gravata. Relutou para conversar comigo, para me dizer o seu nome e o que estava fazendo no meio de uma passeata vestindo terno azul. “Fui chamado para dar apoio como negociador em conflitos e ajudar com questões policiais”, explica Marcelo, já no fim da passeata mais tranquilo e se sentindo mais confiante depois de observar que já havíamos entrevistado até o coordenador de políticas públicas da WWF, Quenzo Jucar, que fez questão de enfatizar que há um retrocesso de 30 anos de conquistas ambientais e que a campanha Veta Dilma, organizada pelo Comitê das Florestas, faz parte da manisfetação Marcha Ré.
Concidências que não existem, damos de cara com Henrique Veloso, o biólogo que entrevistei para a matéria da carreata da UnB que saiu rumo à Rio +20. Batemos papo e nova entrevista, afinal ele era um dos participantes da passeata pelo Coletivo das Florestas de Brasília.
Antes de parar aqui para escrever, ainda encontrei Weslian, aluna do UniCEUB, que está cobrindo a Rio +20 pela NBR para fazer um depoimento sobre como é estar cobrindo a Rio +20 com dois alunos pela Agência de Notícias UniCEUB.
Como é estar cobrindo? A resposta já está dada: uma delícia.