Histórias de cobertura Rio +20: coincidências e acasos

Depois da segunda coincidência resolvi escrever sobre elas. A primeira delas foi a conversa despretensiosa que tivemos com a senhora que estudara no UniCEUB, cuja história está contada na postagem mundo pequeno. Depois veio o encontro com Henrique Veloso, o biólogo com quem fiz a entrevista sobre a saída da carreata de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) para a Rio +20.

No final da passeata Marcha a Ré, que ocorreu no centro do Rio, já quase na área de dispersão, ouço alguém chamar pelo meu nome e lá estava Veloso, que agora daria entrevista para Sthael. Depois veio o encontro com Andrea Vilhela no Pier Mauá me contando da palestra de Egdar Morin no Sesc em Jacarepaguá (RJ), o que, de verdade, lastimo ter perdido no decurso da cobertura da Rio +20.

No dia em que fui visitar a instalação Baía da Guanabara e fazer matéria sobre a Paisagem do artista Vik Muniz, também ouço meu nome e vejo braços abertos e o sorriso largo de uma ex-aluna, hoje repórter de O Globo. E agora, perto do embarque de volta para casa, encontro uma querida amiga, também professora de ensino superior, que estava no Rio de Janeiro visitando amigos.

Conexões Brasília – Rio são históricas e essas coincidências podem ser até normais. Mas também experenciei acasos que estão gravados na memória.

Fazendo matéria sobre o mapa de vidro (deveria escrever sobre ele) construído para demonstrar a extensão territorial dos biomas brasileiros, como quem não quer nada, avisto um senhor com crachá do IBGE dando explicações sobre o mapa e me aproximo. Pergunto: o senhor pode dar uma entrevista para a Agência de Notícias universitária de Brasília? Ele aceita e começa a nos explicar como foi produzido o mapa. Ao final, quando indagamos como ele gostaria de ser citado na matéria ele diz que é analista de sistema e que foi quem produziu o mapa. Assim, do nada, tínhamos na mão o personagem ideal para a matéria jornalística: o dono do mapa de vidro. O áudio dele não ficou bom o suficiente para ser publicado na Agência. Lástima, mas aqui está ele no Entreposto.

Outro personagem que surgiu de um encontro casual foi o estudante de escola pública de 19 anos que passou cinco dias dentro do Riocentro como voluntário na Conferência da ONU. Franky estava dentro do ônibus e me ajudou a descer no ponto certo para ir ao Riocentro e ao Parque dos Atletas na Barra para fazer matéria de dia seguinte e aproveitar para visitar os estandes que, naquele dia, estariam abertos ao público.

Conversa vai, conversa vem, Franky me deu um depoimento sobre sua experiência como voluntário e as lições que leva para casa da Rio +20. Mais que personagem para a matéria jornalística, o estudante revigora minhas esperanças num Brasil mais justo e mais equânime. Ele simboliza como os impostos que pago (3 meses de minha renda anual são tragados pela carga tributária) podem ser bem aplicados: estuda em escola pública estadual de Ensino Médio, participa do Programa Aprendiz para automotivos, tem bolsa de estudos para cursar Inglês na Cultura Inglesa pelo Programa Aprendiz e foi indicado para o concurso de voluntários, num acordo Nações Unidas, Prefeitura e Governo do estado do Rio, pela diretora da escola. É selecionado, junto com outros mil e 200 estudantes dentre os 15 mil que participaram da seleção. E como jovem engajado na cultura digital carrega consigo um iPad e um smartfone dentro da mochila. Na Rio +40, ele vai estar com 39 anos. Com esse background poderá efetivamente transformar a trajetória de si mesmo e de muitos à sua volta.

O outro acaso foi ouvir Nilton Reis chamar pelo meu nome quando já estava finalizando minha visita pelos estandes governamentais no Parque dos Atletas. Encontrei sem querer o estande do GDF que trouxe o Programa Plante uma Árvore e com o presidente do Ibram fiz a última entrevista da noite. Ele embarcaria para Brasília naquele sábado. Foi uma alegria vê-lo, pois cumpri minha promessa de fazer matéria sobre a presença do Instituto na Rio+20. Ali, no estande, ele me deu a oportunidade de pagar por minha pegada de carbono por ter saído de Brasília e vindo ao Rio utilizando transporte aéreo (sobre isso vou escrever depois).

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