Congresso CPLP sobre Alterações Climáticas sinaliza para a mútua cooperação científica

A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) termina o I Congresso sobre Alterações Climáticas sinalizando para o aprofundamento da cooperação científica. A Declaração Conjunta dos nove países da Comunidade (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste) ressalta o intercâmbio entre cursos de formação avançada e de capacidades na Administração Pública e também a troca de informações e boas práticas para as questões de clima que incluam instituições da sociedade civil e empresariais. O II Congresso está programado para 2017, em São Paulo (Brasil), coordenado pela Universidade de São Paulo (USP).Encerramento CPLP 2015

O I Congresso ocorreu nos dias 19 e 20 de novembro de 2015, em Lisboa (Portugal) e manteve um olho na COP 21. A Comunidade encara a COP de Paris com otimismo e entende que é uma oportunidade para avançar na transição para energias renováveis e obter financiamento para projetos de mitigação e adaptação às Mudanças Climáticas. Na sessão de encerramento, o embaixador da França em Portugal, Jean-François Blarel (foto, último à esquerda), também adotou postura otimista. Segundo ele, a pré-COP, no início de novembro, já garantiu monitoramento dos compromissos voluntários dos países de 5 em 5 anos e também mais financiamento, ao menos francês, para a transição energética.

Ao fazer uma síntese dos dois dias de Congresso da CPLP, o Prof. Viriato Soromenho-Marques (FL-ULisboa) destacou a necessidade de respostas às Alterações Climáticas como forma de assegurar a paz no século XXI. Disse ainda que a cooperação é obrigatória e que a herança comum da Língua Portuguesa como veículo de comunicação dá aos países da CPLP uma janela de liberdade para um futuro comum. O audio do Prof. Viriato com a síntese do Congresso está logo abaixo.

Não existe alterativa à cooperação. Somos obrigados a uma cooperação compulsória, obrigatória
Prof. Viriato Soromenho-Marques

Se o otimismo dominou o I Congresso, nem por isso os desafios deixaram de ser apontados. Ressalto três deles. O primeiro é a necessidade de sinergia entre as convenções irmãs da Rio 92: Convenção do Clima, Convenção da Biodiversidade e Convenção de Combate à Desertificação. O segundo é deixar debaixo do solo o combustível fóssil que vale cerca de 22 trilhões de dólares e transferir os subsídios dos fósseis para as energias renováveis. O terceiro desafio é “fazer ouvir a voz dos cidadãos”, como expressou a profa. Luísa Schmidt (ICS-Ulisboa), ao apontar que os cidadãos de países da CPLP estão muito preocupados com as Alterações Climáticas e querem medidas concretas, conforme consulta mundial de opinião pública – Clima e Energia, realizada em 2015.

 

Jovens brasileiros se preparam para estar em Paris

A 11ª Conference of Youth (COY 11) começa em 6 dias e é um evento paralelo à COP 21 que acontece entre 30 de Novembro e 11 de Dezembro. Ambas conferências estão sob forte esquema de segurança e sob o anúncio oficial do governo francês do cancelamento das manifestações públicas do dia 29 de Novembro e do dia 12 de Dezembro. O programa da COY11 está quase finalizado e há vários grupos de trabalho e ateliês, dentre eles Aventura Climática©. Estima-se a participação de mais de 300 jovens de todo o mundo. Jovens brasileiros também estarão lá.

Uma delegação de bandeirantes da Federação de Bandeirantes do Brasil (FBB) estará na COY11 e na COP21. É a quarta vez que bandeirantes brasileiros participam das conferências com delegados e agora em 2015 eles são em número de três. Os delegados são uma Guia de 17 anos de São Paulo, estudante do segundo ano do Ensino Médio, um Coordenador Jovem de 22 anos da Bahia, estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Recôncavo Baiano e uma Coordenadora Técnica de Meio Ambiente, bióloga de 29 anos. Luiza Araújo FBBLuiza Araújo (foto, divulgação FBB) é a bióloga que coordena o grupo e acredita que experiências como essas permitem transformações.

É importante estarmos de olho nas negociações em Paris, mas também nos preocuparmos com as ações locais nos países. Afinal, não bastam palavras na boca e no papel. É preciso mudar nossas posturas e por a mão na massa para mudarmos como estamos tratando o mundo.
Luiza Araujo

Para a Federação de Bandeirantes do Brasil, participar da COY e da COP é uma oportunidade para os bandeirantes e para a instituição. Para os bandeirantes, uma oportunidade de crescimento e aprendizagem única que está alicerçada em projetos com objetivo de melhoria da qualidade de vida nas comunidades. Para a instituição, uma oportunidade para promover junto aos governos as ações desenvolvidas, a missão e os valores institucionais. Os delegados, quando regressam, repassam seus aprendizados e experiências para os demais bandeirantes de múltiplas formas: encontros, vídeos e produção digital.

A FBB é uma ONG de âmbito nacional comprometida com a educação para cidadania de crianças e jovens até 21 anos. O Método Bandeirante de educação propõe o aprendizado pela experimentação e pela descoberta de si e do outro sempre como sujeitos ativos na transformação do mundo.

Além dos bandeirantes, jovens das ONGs Engajamento e Viração também vão estar em Paris.