A semana do Dia Internacional do Meio Ambiente terminou e eu quero registrar pelo menos duas analogias que ajudam a tornar tangível as questões que envolvem Alterações Climáticas. Essa é a minha contribuição para o dia 5 de junho, instituído pelas Nações Unidas em 1972 com o objetivo de sensibilizar e de promover a conscientização sobre as questões ambientais. As analogias são parte de um banco de dados sobre como as pessoas e instituições explicam Climate Change e o que elas ressaltam como conceito central.
O cientista brasileiro Tasso Azevedo associa Climate Change e a temperatura média da superfície da Terra com a febre do corpo humano. Ele utiliza essa analogia em suas palestras. O ser humano com febre tem elevação da temperatura corporal, o que pode provocar choque e desfalecimento quando está muito alta. Em seu blog, Tasso faz essa analogia numa postagem de 11 de outubro de 2013.
“É preciso reduzir drasticamente as Emissões de gases de efeito estufa, sobre pena de chegarmos ao fim do século com aumento médio de temperatura do planeta em até 4,8°C. Pode não parecer muito, mas, considerando que a temperatura média da superfície terrestre é de cerca de 14°C, um aumento de “apenas” 2°C é o equivalente a 15% mais. Proporcionalmente, corresponderia a um aumento de 5°C no corpo humano. Uma febre bem acima de 40 graus“.
Tasso Azevedo também usa a analogia da febre na mediação que fez para o projeto da CPFL Cultura e Planeta Sustentável. O projeto tem o nome de Mudanças Climáticas: rumo a um novo acordo global e foi veiculado em 2014 pela TV Cultura. A palestra de Tasso tem 53 minutos. Ele usa a analogia da febre do corpo humano nos 15′ e 30”, dizendo que a temperatura média da superfície da Terra é 14 a 15oC e que a do ser humano é 36 a 37oC. Como a temperatura da Terra já aumentou 1 Grau, o Planeta está com febre.
A outra analogia está na campanha da empresa norte-americana de sorvete Ben&Jerry’s que associa derretimento de sorvete com derretimento de geleiras e o objetivo de 2oC como teto para a elevação da temperatura média à superfície da Terra. A campanha recebeu críticas pois produtos de lacticínios geram metano, um dos gases que provoca mudança climática ainda que nada comparado com o dióxido de carbono, e também por conta do movimento contra alimento de origem animal.
O esforço publicitário de associar sorvete e geleira e derretimento e o slogan – se derrete, se arruína – tem como chão uma política de economia de baixo carbono em 2020 para a empresa nos Estados Unidos. O vídeo circula no YouTube desde o ano passado e está disponível no site da empresa, desde a campanha da Avaaz e a Marcha pelo Clima, em setembro de 2014, por ocasião da UN Summit com chefes de Estado em Nova Iorque.