Pré-lançamento de livro-reportagem sobre riscos e vulnerabilidades no DF diante da pandemia da covid-19 (I)

Por Nathália Guimarães (*)

19 de julho de 2020

Alunos do 5° semestre de jornalismo do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) lançam, utilizando a plataforma Google Meet, o livro-reportagem “Distrito Pandêmico – COVID-19: riscos e vulnerabilidades na capital federal”, no dia 10 de julho.

O convite para escrever o livro-reportagem aos estudantes de jornalismo do 5° semestre do campus de Taguatinga, do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), aconteceu em uma sexta-feira, no primeiro dia de aula do semestre. Idealizado e intermediado por Mônica Prado, Mestre em Comunicação e Doutora em Alterações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável, o livro que inicialmente tinha como proposta enfatizar as fragilidades presentes no Distrito Federal ganhou um desafio maior com o novo coronavírus. Reorganizado o enfoque e escrito por 14 alunos, em período isolamento social, “Distrito Pandêmico – COVID-19: riscos e vulnerabilidades na capital federal”  transcorre, em oito vivências, os impactos na vida, no emprego, nas pessoas e nas comunidades que a pandemia de covid-19 causou e ainda causa.

O livro não tem só o coração das personagens, mas também tem o coração de todos os redatores

É desse modo que a convidada especial, Sandra Araújo, inicia sua palestra. A professora e escritora que é mestra em Teoria Literária e Doutora em Literaturas de Língua Portuguesa, falou de suas impressões sobre o livro-reportagem levando em consideração a atual situação em decorrência do novo coronavírus. “Foi um ato de extrema coragem escrever em um momento em que todo mundo está fragilizado diante das incertezas que a pandemia veio trazer. O livro materializa o que queriam dizer sobre a pandemia, mas a obra eternizou a palavra de vocês em uma época tão difícil e vemos a maturidade com que escreveram no resultado”, afirma a professora e escritora Sandra (foto, alto à esquerda).

Assim, cada narrativa do livro-reportagem é independente e realça as particularidades de cada autor e autora. Em “A violência de todo dia … e nem somos, ainda, jornalistas”, o primeiro capítulo do livro-reportagem, as repórteres Adna Evelin e Rafaela Moreira contam, como estudantes de jornalismo, como se sentem em relação aos ataques físicos e verbais que os jornalistas na linha de frente estão sofrendo.

Crédito: Nathalia Guimarães, 10 jul 20

“Ser jornalista não é fácil e o nosso capítulo busca mostrar isso para os leitores”, comenta Adna. Essa ligação pessoal com a história também é observada no segundo capítulo, “Idosos em asilos – isolamento e solidariedade”, escrito em primeira pessoa pela repórter Thayssa Vidal. Apesar de estarmos em isolamento agora, existe um grupo na sociedade que sempre esteve recluso: os idosos, enfatizou. Thayssa procura quem são as pessoas que mesmo diante da nova situação resolveram olhar para esse grupo com solidariedade levantando perfis de alguns doadores.

“Brasília – o El Dourado e uma terra de desastres” é o terceiro capítulo, escrito pela repórter Julianne Belo. Mesmo que Brasília seja conhecida por ser uma cidade planejada e com arquitetura moderna, ou até pelos políticos e a corrupção, isso não exclui as diferenças sociais tão presentes no Distrito Federal. O grande desafio de Julianne foi abordar temas tão diferentes em um capítulo pequeno, dando atenção aos desastres que Brasília sofre como a epidemia de dengue ao mesmo tempo que a pandemia de covid-19. Ainda sobre diversidade e diferenças, temos o capítulo quatro, “Emprego – mudança para todo lado, não escapa um”, elaborado pelas repórteres Gabriela Arruda e Sara Meneses. Esse capítulo foi dividido em dois momentos, um apontando a mudança no geral causada pelo impacto da pandemia, e outro focando nas vulnerabilidades para além da panademia, como mulheres, negros e a comunidade LGBTQ+. “Quis dar espaço para as pessoas falarem, colocarem a realidade delas, dar voz a elas”, conta Gabriela. “É um capítulo único e particular”, enfatizou.

No capítulo a seguir, “Entregador – de bico a herói por seu serviço essencial”, as repórteres Ana Luísa França e Luisa Barmell mostram como, diante da pandemia, a sociedade foi obrigada a olhar para a realidade dos entregadores, o profissional que se tornou o centro das atenções. Para esse capítulo primeiro foi necessário entender como é o cenário e, depois, como o entregador se tornou essencial para que o isolamento pudesse ocorrer da melhor forma.

Crédito: Nathalia Guimarães, 10 jul 20

Prosseguindo com o cenário do emprego, no capítulo 6, “Produtor rural – resiliência e comida na mesa”, os repórteres João Paulo de Brito e Luiz Fernando Santos enfatizam a importância da agricultura familiar que foi tão desvalorizada. “Recebemos a comida e nem sabemos de onde veio”, comenta Luiz Fernando. A agricultura se mostra essencial no momento atual e até novas técnicas estão sendo utilizadas para manter a produção de alimentos. Os autores-estudantes afirmam a importância disso. “Jornalismo, para mim, é um instrumento de transformação social”, finaliza João Paulo.

Pelos repórteres Renato Queiroz e Mateus Arantes temos “Escola – uns em casa e outros em aula remota”, capítulo que expõe como a nossa educação é subdesenvolvida e a nossa realidade desigual. Enquanto alguns estão em casa com recursos tecnológicos à disposição, uma parcela à margem da sociedade sofre com a situação atual. “Nós vivemos em uma bolha social em que não temos noção e, ao escrever esse capítulo, enxergamos a realidade de outra maneira”, comenta Mateus. E, para finalizar, no oitavo e último capítulo, “Um pouco da vida em Taguatinga e no Riacho Fundo I”, as repórteres Maria Carolina Guimarães e Paloma Cristina contam, em primeira pessoa, como as regiões Taguatinga e Riacho Fundo I são diferentes da Brasília do Plano Piloto. “Nós nos vimos no capítulo e nas regiões”, afirma Paloma, acrescentando que a pandemia trouxe exclusividade para o livro.

O professor Bruno Nalon participou da live e comentou sobre a produção da capa e da programação visual de sua responsabilidade. O coordenador do curso de Comunicação Social do UniCEUB, Prof. Dr. Henrique Moreira, encerrou o evento parabenizando a todos (professores e alunos) pelo trabalho realizado. O livro-reportagem será lançado digitalmente em formato de e-book em futuro próximo.

(*) Nathália Guimarães é aluna do 1o. semestre de jornalismo do UniCEUB e se interessa por literatura, épocas passadas e design gráfico.

Uma opinião sobre “Pré-lançamento de livro-reportagem sobre riscos e vulnerabilidades no DF diante da pandemia da covid-19 (I)

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