Edição Blog Entreposto
Reportagem e Fotos Agência Jovem Internacional de Notícias
Por Giulia Motta Zanin (Italia), Jhoanna Cifuentes (Colombia) e José Jara (Argentina)
Os povos indígenas têm o direito de determinar e elaborar as prioridades e estratégias para o desenvolvimento ou utilização de suas terras ou territórios e outros recursos.
Art. 32
Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas das Nações Unidas
O evento paralelo – Fortalecendo as estratégias de mitigação e adaptação e a segurança alimentar por meio do acesso direto as Fundo Verde para o Clima – ressaltou a importância dos povos originários nas estratégias de adaptação e mitigação para as mudanças climáticas. Ainda que seja possível o acesso aos recursos do Fundo Verde do Clima, os povos originários não têm tido um papel ativo nas questões de Políticas de Adaptação e Mitigação.
“Os conhecimentos ancestrais são uma parte inseparável dos indígenas e da cultura das comunidades locais, como também das estruturas sociais, econômicas, vivências, crenças, costumes, saúde e suas relações com o meio ambiente local, fundamental para conseguir um desenvolvimento sustentável e uma ferramenta para trabalhar as mudanças climáticas”, enfatizou Jo Ann Guillao, do Centro Internacional para a Educação e Investigação das Políticas para Povos Indígenas (TEBTEBBA) das Filipinas. Para ele, mudanças climáticas, biodiversidade e conhecimentos ancestrais são um tripé.
Outros tópicos também foram tratados durante o evento como o projeto REDD+ Indígena na Amazônia, dentro do programa de investimento florestal, e o projeto do povo Harakbut, no Peru. Quanto ao projeto REDD+, os povos indígenas ressaltaram a questão da titularidade, do manejo e da governabilidade do território uma vez que há pressão para o desenvolvimento de atividades como extração de petróleo e construção de hidrelétricas. Já quanto ao povo Harakbut, Luis Tayori Kentero explicou que dez comunidades estão trabalhando em parceria com o governo peruano para realizar estudos sobre a riqueza arqueológica, cultural e de sítios sagrados assim como os danos já sofridos por eles, como já acontece na região de Madre de Dios, que possui uma rica biodiversidade e que está ameaçada de se tornar um deserto em cinco anos.
Kimaren Ole Riamit, Diretor Executivo para Melhoria de Moradias Indígenas (ILEPA) do Quênia, e Victor Tauli-Corpuz, repórter especial pelos direitos dos povos indígenas para as Nações Unidas, explicaram como atender as demandas dos povos originários.